Ao longo dos tempos, num lugar muito próximo da cidade mais alta, a Guarda, edificaram vários abrigos para refúgio do viver beirão..

A conjugação de alvenaria de pedra de granito protegia das agressivas invernias e do calor estival..

Nessas paredes antigas, aberturas maiores voltavam-se para o circuito da luz solar enquanto que aberturas mais pequenas se voltavam para Norte.. O que mostra a importância atribuída à energia solar em épocas anteriores, de si muito ecológicas, dada a utilização dos parcos recursos com muita sabedoria.

Várias profissões habitaram o lugar, sempre relacionadas com o território envolvente.

Agricultura, extracção do minério... e os volumes foram crescendo para abrigar a maquinaria...

O tempo tornou o espaço devoluto..

Entretanto, uma nova geração volta a eleger este lugar para o seu viver!

As atuais exigências de utilização requerem novas valências a acrescentar às existentes.

Requer-se uma actualização da habitação!

O espaço foi recuperado, ampliado e remodelado.

A área antiga confinada por alvenaria de pedra de granito, pelo seu carácter mais restrito e sossegado...reserva-se à área intima.

A área ampliada abriga a área social e profissional.

Esta nova volumetria foi modelada tendo em conta a relação com a existente.

Atinge a maior altura na sua integração com o volume em pedra, os cromatismos ajudam a exprimir esse momento de encontro e diálogo.

A área de articulação e charneira dos tempos atinge o auge da sua dimensão, sem esquecer a escala humana do momento de entrada.

No final, a volumetria vai diminuindo respeitando as proporções do início do processo edificado.

No interior, a rede distributiva colocou-se a Norte. Os espaços funcionais voltam-se Sul, num percurso interior de utilização da luz desde o amanhecer até ao por do sol.